Não se pode chamar gordo a um gordo, chanfrado dos cornos a um chanfrado dos cornos e, muito menos, chantrona a uma chantrona. Eu chamo na mesma. Estes gajos da linguagem lavadinha, são mais nazis do que o pior dos nazis. Não se pode, não se pode, não se pode. Pode, caralhetes, pode-se dizer tudo e não se faz mal a ninguém.
A mim incomoda-me mais se me chamarem colaborador ou uma dessas chanfradices modernas que agora chamam às coisas. Isto é um problema global, não é só uma parolice portuguesa. Li na The Atlantic [en] que uma dessas associações ambientais está a proibir um monte de palavras. Boa sorte e comam erva.
Estes lavadinhos que querem tudo limpinho e organizado, sem sequer sabem comer uma sopa, quanto mais fazê-la. Um gajo que não sabe fazer uma sopa cheia de entulho, não tem autoridade para mandar em ninguém. Na América, uma dessas chantronas que querem tudo limpo, vai processar não sei quem porque a destilaria do Jack Daniels está a encher tudo de fungos. Está no The New York Times [en]. Mora numa terra de whiskey e não gosta de whiskey? É fácil: mude de terra e beba mijo.
Continuando; um preto é um preto e um branco é um branco. Nenhum é mais do que o outro e nenhum é menos do que o outro. Mas o preto não deixa de ser preto mesmo que lhe chamem mulato, pessoa de cor ou outra merda qualquer. O branco também não deixa de ser branco, mesmo que passe um mês inteiro na praia em pleno Verão para tentar ficar moreno.
Muitos desses gajos que se incomodam por um gajo dizer preto, são os primeiros a fodê-los. Em nome do progresso claro. Há uma história boa na Baltimore Magazine [en].
Quando os pretos ficam famosos nalguma merda ou ganham muito, aparece logo um branco a inventar uma treta qualquer para inverter isso. A Ballast [fr] tem um excelente exemplo de uma coisa dessas.
Para os foder, acabo com mais uma história de um preto que recebeu uma condecoração. Chegou com 60 anos de atraso, mas chegou. A história está na Associated Press [en].
Se apanharem algum desses comedores de erva, perguntem-lhes se alguma vez comeram uma sopa a sério ou se só comem daquelas já feitas que se vendem nas mercearias.