Na semana em que enfiaram um caixão sem corpo em representação de Aristides de Sousa Mendes no Panteão Nacional, li muita bacorada nos jornais de cá. As discussões de café e de rede social, sempre que um morto ganha um lugar de destaque são sempre as mesmas: merece por isto e por aquilo, não merece por isto e por aquilo. De um modo ou de outro, o artigo mais completo que li sobre esta figura não foi num jornal ou revista portugueses, mas sim numa revista norte-americana, a Smithsonian Magazine [en].
Nestas publicações menos conhecidas, vão se encontrado bons artigos, ao contrário do que acontece nas grande publicações que, pouco a pouco, têm vindo a ser comidas por uma horda de abutres que tem vindo a destruir as redacções, os edifícios e os próprios jornais, sempre com o lucro em vista. A The Atlantic [en]escreve sobre isso.
Com ou sem jornalistas, os jornais, revistas e etc vão continuando a funcionar, muito graças a um trabalho invisível a que os modernos chamam ghostwriting. Vale a pena ler o artigo da Studyhall [en].
São tudo coisas trazidas pelo neo-liberalismo que de neo tem já muito pouco e há até quem afirme que já esteja em decadência como filosofia hegemónica. É o caso da entrevistada que apanhei na edição Cono Sur do Le Monde Diplomatique [es].
Há muitos sinais dessa decadência e até críticas do sistema a si próprio, embora o consumidor não as veja assim, mas continue a achar que é entretenimento puro e duro. A Jacobin [en] tem um artigo interessante que dá algumas pistas sobre a crítica e a reflexão que devemos fazer sobre este sistema vigente, à luz de uma série bastante famosa nos dias de hoje.