A padralhada continua a ter muito poder neste país. Por muito que digam que o estado é laico, a verdade é que não é. Não raramente se vêem altos representantes do estado na missa ou a darem-se com padres. Até o Presidente da República já vi ajoelhado numa igreja.
Por isso, não estranho que se verguem e que abram a algibeira para montar um palanque e se ajoelhem perante a vinda do padre-mor para fazer umas padralhadas quaisquer para jovens. Nem me interessa saber que padralhadas são essas em concreto, porque sempre que ouço falar em padres e jovens, o resultado não é muito agradável, sobretudo para os jovens.
Há quem diga que vêm muito dinheiro. É sabido que os jovens que gostam de ir à missa têm ar de quem tem dinheiro, mas em que é que o gastam? Talvez em chupa-chupas ou em cerveja sem álcool. A Punch [en] diz que a cerveja sem álcool está em altas, por isso, talvez seja uma hipótese.
Sem álcool e sem drogas pelo menos não se corre o risco de outra alucinação colectiva a dizer que viram uma virgem vinda dos céus. A não ser que comam plantas psicadélicas como é moda agora entre os activistas do clima, a julgar pelo que se escreve na Atmos [en].
Quem gosta muito de trips e parece que é muito amiga do padre-mor é a cantora Patti Smith. Não é a primeira, nem há-de ser a última a converter-se às virtudes da religião depois de velha. Gosto mais quando é ao contrário, mas tudo bem.
Eu posso dizer o que me apetecer da padralhada, porque não sou baptizado nem nunca entrei numa missa, mas vocês que levaram com água benta no focinho em nome de Deus, têm de ter algum cuidado com o que dizem, porque se têm contrato com a Igreja Católica, então também fazem parte dela. Pouco me importa se foram baptizados contra a vontade, se quiserem, podem sair. O DN [pt] já explicou como. Se continuam dentro, são padralhada como os outros todos.